quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nova lesão de Juliana abala sonho olímpico

Rompimento do ligamento do joelho direito desfaz dupla tricampeã mundial e favorita a medalha em Pequim. Larissa terá que escolher outra parceira

A principal dupla feminina de vôlei de praia do Brasil não irá à Olimpíada de Pequim. Ou, pelo menos, não irá completa. Juliana, parceira de Larissa, rompeu ontem o ligamento cruzado anterior do joelho direito durante o Grand Prix de Paris, na França, e terá de ser submetida a uma intervenção cirúrgica. Líderes do ranking brasileiro e terceiras do mundo, Juliana e Larissa carimbaram o passaporte para o Oriente no domingo passado, ao terminar em terceiro lugar no Grand Slam de Berlim, na Alemanha.

A lesão é igual à do coxa-branca Pedro Ken e o tempo de recuperação estimado pelos médicos é de seis a oito meses. A jogadora saiu ontem da capital francesa e, de acordo com informações da Rede Globo, será operada ainda hoje, no Rio de Janeiro.

Esta não é a primeira vez que Juliana tem de ficar parada por causa de problemas nas articulações. Em 2002, antes de formar com Larissa a dupla que seria tricampeã mundial, a atleta rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Naquela época, o tratamento durou oito meses.

“Ainda custo a acreditar que sofri uma lesão dessas tão perto da Olimpíada. Quando o médico disse que deveria ser lesão de ligamento, minha reação foi chorar e pensar que meu sonho tinha terminado ali. Mas me acalmei, recebi muito apoio da Larissa e da comissão técnica e resolvi lutar, mesmo sabendo que será muito difícil”, afirmou Juliana, mantendo uma ponta de esperança, em entrevista ao site Uol Esporte. A atleta estrearia na mais importante competição esportiva do planeta.

A grave contusão de Juliana, 24 anos, coloca um dilema na vida da parceira e estraga os planos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) de conquistar quatro medalhas na China – cada país pode ser representado nos Jogos Olímpicos por até duas duplas, tanto no masculino quanto no feminino. Atualmente, Talita e Renata, quintas no ranking, seriam as outras representantes do Brasil em Pequim.

De acordo com o regulamento da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a vaga pertence à equipe. Ou seja, Larissa terá de decidir até o dia 20 de julho se irá abrir mão da classificação, deixando o caminho livre para Ana Paula/Shelda (oitavas na listagem mundial), ou se escolhe uma nova companheira para jogar a Olimpíada. A FIVB exige, contudo, que a substituta de Juliana tenha disputado ao menos oito etapas do Circuito Mundial, com qualquer parceira, dentro do período que vale para o ranking olímpico – a partir do começo de 2007.

É justamente aí que recomeça o drama da capixaba. Como é provável que Talita/Renata (4.320 pontos) e Ana Paula/Shelda (3.480) briguem pela última vaga até o prazo final para inscrições, o que dificultaria uma possível cisão e diminuiria o tempo de entrosamento, Larissa teria poucas opções para garimpar no mercado. Se enquadrariam hoje no perfil apenas as filhas da ex-jogadora Isabel, Maria Clara e Carol, e Leila. Nos bastidores, é quase certo que a atleta irá optar por disputar os Jogos Olímpicos ao lado de uma nova parceira.

“De qualquer maneira, o time não vai ser o mesmo. Juntas, elas tinham grandes chances de conquistar a medalha de ouro. Eram as melhores do Brasil. Agora, separadas, fica bem mais difícil. Mas eu estou na torcida”, disse a experiente Sandra Pires, ouro em Atlanta-96 e bronze em Sydney-2000.


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