sábado, 7 de junho de 2008

Pornografia ou marketing esportivo?

Um ensaio fotográfico sensual, realizado recentemente nas dependências do estádio Couto Pereira, incendiou ontem os noticiários esportivos. Fotos de uma modelo posando nu nos gramados do Alto da Glória foram vazadas na internet e alimentou uma calorosa discussão na rede entre torcedores e, por que não, os que não torcem para time algum.


Num primeiro momento, algumas pessoas chegaram a pensar que fosse uma campanha de marketing mais agressiva do tradicional clube coxa-branca. Mas não, segundo o diretor de marketing Eduardo Jaime. Ele assegurou que um funcionário, não identificado, foi quem autorizou a realização das fotos sensuais e que a diretoria não tinha conhecimento delas.


Pois bem. Essa polêmica nos remete à discutir o marketing esportivo como um todo. Hoje, está cada vez mais profissionalizado desse serviço de assessoria aos atletas e aos clubes, federações, entre outras entidades. Não só os atletas e os clubes de alto rendimento têm acesso ao marketing porque, com o advento da internet, inclusive nos esportes amadores, mais pessoas conseguiram um lugar ao Sol, ou melhor, na rede mundial de computadores, e se tornaram mais conhecidas. Isso ajuda bastante na hora de conseguir um patrocinador.


No entanto, há limites para o marketing esportivo. Depende muito do momento histórico. No final da década de 70, o jogador de futebol Gerson, da Seleção Brasileira Tricampeão, fez um comercial de televisão para uma marca de cigarros em que ele dizia que “o importante era levar vantagem em tudo”, por isso, sociologicamente, a frase ficou conhecida mundialmente como a “Lei de Gerson”.


Tem vários modelos de marketing agressivo, como aquele em que os times de futebol fazem provocação aos rivais com anúncios pagos de páginas inteiras nos jornais; lembro, não como sendo do esporte, mas como ponte de reflexão, da publicidade da italiana Benetton. Quem já não viu estampado em outdoors a imagem de uma freira beijando na boca um padre, em anúncio da marca?


O marketing esportivo, se bem feito, traz bons resultados para o atleta e para o clube – sejam eles amadores ou profissionais. Quase todos eles hoje têm um assessor de imprensa ou uma agência de publicidade que toca o dia da comunicação com o público-alvo. São milhares de sites, blogs, vídeos no youtube, orkut, que compõem o mosaico de ferramentas à disposição da divulgação.


Agora, quanto às fotos da modelo posando nu nos gramados do Couto Pereira é mais uma daquelas para entrar no folclore do mundo esportivo. Se irá arranhar a imagem do Clube? Creio que não.

0 comentários: