sexta-feira, 6 de junho de 2008

Você já jogou bets?

Muito conhecido entre crianças, o bets ganha espaço também entre jovens
Por Guilherme de Souza

O bets é um jogo relativamente conhecido no Brasil (comunidades relacionadas no Orkut ultrapassam 90 mil membros), especialmente em cidades pequenas. Em Curitiba, existem grupos de amigos que se reúnem com certa frequência para jogar, o que mostra a popularidade do bets.

Um dos atrativos do jogo é sua simplicidade, a começar pelos materiais: dois tacos (os bets), uma bola pequena e dois “alvos” (em geral garrafas do tipo PET ou pequenos tripés de madeira). A disputa se dá entre duplas, cada uma com um objetivo: ou derrubar o alvo da adversária, arremessando a bola; ou proteger o próprio alvo, usando o taco. Quando a bola é rebatida, a dupla que atirou deve buscá-la o mais rápido possível, enquanto os outros dois jogadores alternam suas posições, ganhando ponto ao final de cada troca. Quando o alvo é derrubado, as duplas trocam de objetivo, sendo que trocar de bases após rebater a bola é a única forma de ganhar pontos.

“Eu devia ter uns oito anos quando aprendi a jogar bets, com o pessoal da minha vizinhança. Pra você ver como é fácil...”, recorda o estudante Bruno Henrique de Almeida, hoje aluno de administração na Unibrasil. Como tantas outras pessoas que praticavam na infância, Bruno continua jogando, pelo menos duas vezes por mês. “Não temos times fixos, e muitas vezes aparece gente nova querendo jogar”, diz.

Origens e Tradições
Embora não exista um consenso quanto à origem do bets, acredita-se que teria surgido como uma versão bastante simplificada do cricket inglês — esporte oficial com uma longa série de regras. Ao contrário do bets, jogado em ruas e praças, o cricket atrai multidões para estádios especialmente construídos, com campo em formato oval. A existência de times oficiais reforça seu caráter de esporte.

A origem do nome também é incerta: para alguns, trata-se de uma homenagem à rainha Elizabeth; para outros, deriva do termo bet (“aposta”, em inglês), pois havia a prática de se apostar dinheiro em partidas de cricket; uma terceira versão considera que o nome surgiu da palavra bat (“taco”, em inglês). A grafia também apresenta variações, o que pode dificultar a busca por informações na internet. Ainda assim, não são poucos os sites e blogs que falam desse jogo.

Com o passar do tempo, foram criadas diversas regras para o bets. “Imagino que cada região tenha suas próprias tradições quanto ao jogo do taco”, opina Bruno. Um exemplo é a regra “Vitória 1,2,3”, segundo a qual o time que pegar a bola no ar ganha o jogo. Em algumas regiões do Brasil, se os jogadores que estão com os tacos tocarem a bola três vezes, perdem os bets e com isso a oportunidade de marcar pontos.

Popularidade
A simplicidade das regras e dos equipamentos, juntamente com o esforço físico exigido, tornam o bets um jogo apropriado para crianças. De fato, é comum adultos e jovens recordarem partidas disputadas ainda na infância. É o caso da jovem curitibana Jane Siqueira, hoje com 29 anos, que aprendeu a jogar bets quando era criança. “Até hoje gosto dessa brincadeira, mais do que de outros esportes. É menos ‘burocrático’: bastam duas pessoas para formar um time completo”, comenta. Curitiba não apresenta uma tradição forte nesse jogo, ao menos quando comparada a cidades menos populosas, como Telêmaco Borba, no interior do Paraná. O estudante Bruno Almeida, natural de Telêmaco, conta que lá são organizados verdadeiros campeonatos de bets, disputados entre equipes de bairros. “Mesmo com ruas pouco movimentadas e praças, Curitiba ainda não ‘abraçou’ tanto esse jogo como poderia”, aponta o jovem.

Apesar de não ser um jogo infantil, o bets pode acabar perdendo espaço na vida das pessoas conforme surgem novos compromissos. “Não jogo mais, por falta de parceria. Mas antigamente não passava um dia sem disputar uma partida de bets com os amigos”, relembra a jovem Cassielli Dalberto, estudante de Ciências Contábeis na UFPR. Para quem não é fã os esportes “clássicos” como futebol e basquete, fica a sugestão.

Fonte: Jornal Comuinicação UFPR.

1 comentários:

Anônimo disse...

Considering the fact that it could be more accurate in giving informations.